quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Coito Cerebral #10 - Nosso Melhor de 2008

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A primeira edição do ano é dedicada a relembrar tudo o que nós mais gostamos no campo da cultura neste ano que já vai tarde. Aqui estão nossos filmes, livros e discos favoritos.

Nós não gostamos dessas tradicionais listas de final de ano, que compilam de um tudo, muitas vezes sem o mínimo de critério, porém, não resistimos em fazer a nossa. Mas há uma diferença: mesmo que algumas coisas que citamos possam estar espalhados em alguma lista por aí, a nossa reúne aquilo que realmente gostamos, sem quaisquer critério que a crítica especializada possa utilizar para compilar os seus favoritos. E mais: nem tudo foi lançado, necessariamente, em 2008.

Na música, há boas descobertas como a banda Beirut, conhecida por aqui ao ter o single Elephant gun incluída na minissérie Capitu. Lisa Li-Lund também foi uma grata descoberta, no momento em que passou com sua turnê em Porto Alegre, e também Thiago Corrêa, um cara criativo que transforma tudo o que toca em samba-rock. Uma matéria especial, que dá início a uma futura séria entitulada Na Estrada, conta detalhes da viagem que o editor realizou de ônibus até São Paulo para conferir de perto o show de Madonna.

Na literatura, destacamos três projetos que primam pela originalidade. O livro Nossa Senhora da Pequena Morte, escrito por Clarah Averbuck e ilustrado por Eva Uviedo, feito totalmente longe das intervenções digitais. E embalado por um LP. Aqui no Rio Grande do Sul, uma grata surpresa surgiu no final de 2007 e ganhou força no ano seguinte. A Não Editora, formada por um grupo de jovens escritores, injetou no mercado uma dose massiva de inovação através de novos e brilhantes escritores. Entre eles Carol Bensimon, outra de nossas escolhas, com o livro Pó de Parede.

Em filmes, a diversidade de conceitos marcou a seleção. O Banheiro do Papa, ao falar sobre esperança e a não-desistência diante das dificuldades. Shortbus tinha tudo para ser um filme meramente devasso, mas nas entrelinhas e no clima pós 11 de setembro, o que vemos é um punhado de personagens buscando encontrar o seu lugar. Quando assistimos Faster, Pussycat! Kill! Kill!, tivemos a certeza de que aquela trama, a violência protagonizada pela mulher não era estranha. Sim, já havíamos visto. O filme de 1965 foi uma das grandes inspirações para Quentin Tarantino.

Lia Jacks elegeu o seu melhor de forma muito pessoal, quando esteve pela primeira vez em um bar gay no meio de 2008. Mas detalhes só lendo sua coluna Amor, Cultura e Alguns Desastres.

E para terminar um playlist que reúne as músicas que citamos ao longo do ano.

Tudo isso com o início de um novo projeto gráfico, e a certeza de que as próximas matérias irão privilegiar a cultura independente produzida no Estado.

Um bom começo de ano, e um ótimo carnaval.

::vídeos

Beirut


::Elephant Gun


Lisa Li-Lund

::Mick Jagger's Lips


::Nina


::My Lover Gone


::Ideal Boy


Laura Marling


::Night Terror (Live Mercury Prize 2008)



Rachael Yamagata

::Sunday Afternoom


::Elephants


::Faster

Coito Cerebral #9

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Coito Cerebral #8

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Coito Cerebral #7

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Coito Cerebral #6

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Em uma época regida por dura conduta moral e ética, onde o brasileiro era observado por tudo e todos, a sociedade vivia num estado de abnegação de suas próprias vontades. Mas no submundo do pensamento, nos bordéis baratos e nos apartamentos alugados para encontros no centro das cidades tudo se desfazia. A liberdade ganhava os quartos, os corpos. Nelson Rodrigues, um dos maiores escritores e dramaturgos do Brasil, foi o primeiro a desmascarar essa sociedade com maestria. E o fez com uma naturalidade espantosa. Cutucou os puritanos, ativou o descontentamento diante da verdade crua, jogou bicarbonato de sódio nas aftas das gengivas inflamadas. Pornográfico para alguns, herói para outros. O fato é que esse escritor, muitas vezes incompreendido, misturou azeite com água, e com uma homogeneidade espantosa. No mês de seu nascimento, Coito Cerebral mergulha neste universo banhado por águas turvas, que bem representa o ser humano, através de comentários sobre sua vida e obra e num intrigante diálogo fictício envolvendo Nelson, suas criações e personalidades conhecidas da época em que viveu.

A série Cantoras Britânicas continua. Corinne Bailey Rae ilustra com suavidade nossas páginas de agosto. Em Filme, um review especial sobre Encarnação do demônio, novo filme de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, após 30 anos sem filmar. O cineasta, ator e produtor esteve em Porto Alegre para a pré-estréia no Santander Cultural.

As resenhas de CD’s mostram veteranos e novatos em gêneros musicais diversos, como o jazz da já estrela Esperanza Spalding, entitulado Esperanza. Também o novo trabalho de bossa-pop do Sério Mendez, Encanto, a carioca Sabrina Sanm procurando espaço na nova onda do rock feito por mulheres e as vozes femininas da música brasileira que homenageiam o Clube da Esquina com suas canções mais conhecidas, no tributo Flores do Clube da Esquina. Ainda, uma resenha sobre o mais recente produto de exportação musical brasileiro a fazer sucesso mundial, o disco Donkey, da banda Cansei de Ser Sexy.

Livro traz dois trabalhos de graphic novel. O primeiro, O beijo no asfalto, é uma adaptação fiel de uma das obras mais polêmicas de Nelson Rodrigues. A segunda, Prontuário 666, conta a história de Zé do Caixão no período em que esteve preso, o ponto de partida para o roteiro do filme.

Vida de Mentira inicia uma homenagem ao Nelson, com uma novela entitulada O médico e a monstra, texto que resgata a atmosfera da época presente em toda a sua obra. Em agosto, o primeiro de cinco capítulos.

Uma das estréias mais bacanas desde o início do trabalho fica sob a responsabilidade de Lia Jacks, estudante de jornalismo, poetisa e artista plástica, na coluna Amores, cultura e alguns desastres. A partir de agora, textos confessionais nada convencionais e dicas culturais bem particulares farão parte de nossa revista.

Para terminar, o nosso Playlist de agosto, como sempre uma mistura sem definição.


::Conteúdo Extra

Em LIVRO, foi citado o texto de um cartunista sobre a utilização do termo graphic novel.


Movimento artístico
Eddie Campbell lançou um manifesto em 2004 para efetivar o fato de que uma "graphic novel" é mais o produto de um artista, e que o termo seria melhor empregado para descrever um movimento artístico. Eis o texto completo, traduzido para português:
Há tanta discordância – entre nós – e mal-entendidos – no grande público – em torno do “romance gráfico”, que já é tempo de assentarmos uns quantos princípios.1. “Romance gráfico” é um termo desagradável, mas utilizá-lo-emos seja como for, para compreendermos que gráfico não tem nada a ver com design gráfico e que romance não tem nada a ver com os romances (tal como “Impressionismo” não é um termo verdadeiramente aplicável pois foi utilizado em primeiro lugar como um insulto, e depois adoptado a modo de provocação).2. Como não nos estamos a referir de maneira alguma ao tradicional romance literário, não defendemos que o romance gráfico deva ter as mesmas dimensões nem o mesmo peso físico. Assim, termos suplementares como “novela” ou “conto”, etc., não serão aqui empregues, e só servem para confundir os públicos em relação ao nosso fito (ver abaixo), levando-os a pensar que é nossa intenção criar uma versão ilustrada de um determinado nível de literatura, quando na verdade temos bem melhor para fazer, a saber, estamos a criar uma arte completamente nova que não será limitada pelas regras arbitrárias de uma outra velha arte.3. O “Romance gráfico” representa mais um movimento do que uma forma. Por isso podemos falar de “antecedentes” do romance gráfico, como os livros de xilogravuras de Lynd Ward. Porém, não nos interessa utilizar o termo retrospectivamente.4. Apesar do romancista gráfico considerar os seus vários antecedentes génios e profetas, sem o trabalho dos quais não poderia ter criado o seu próprio trabalho, não deseja colocar-se permanentemente à sombra do Rake’s Progress de William Hogarth sempre que ganha algum grama de publicidade, quer para si quer para a sua arte em geral.5. Uma vez que o termo se refere a um movimento, a um evento contínuo, mais do que a uma forma, não há nada a ganhar com uma sua definição ou “medição”. O conceito tem cerca de trinta anos, apesar de tanto este como o nome terem sido utilizados casualmente desde uns dez anos antes. Uma vez que se encontra ainda em crescimento, é bem possível que se tenha alterado totalmente por este mesmo período do ano que vem.6. O fito do romancista gráfico é pegar na forma da revista de banda desenhada [comic book], que agora apenas nos envergonha, e elevá-la a um nível mais ambicioso e mais significativo. Isto implica normalmente aumentar-lhe o tamanho, mas devemos acautelar-nos para não entrar em disputas sobre quais são os tamanhos aceitáveis. Se um qualquer artista apresentar uma colecção de pequenos contos como o seu novo romance gráfico (tal qual Will Eisner fez com A contract with God, por exemplo), não devemos entrar em picuínhices. Devemos apenas examinar se esse romance gráfico é uma boa ou uma má série de histórias. Se o artista ou a artista utilizar personagens que apareceram noutro sítio, como a presença de Jimmy Corrigan (Chris Ware) em títulos que não o principal, ou as de Gilbert Hernandez, etc., ou até mesmo outras personagens que não desejamos que façam parte da nossa “sociedade secreta”, não os desconsideraremos por essa simples razão. Se o seu livro já não se parecer de modo algum com banda desenhada, também não entraremos em picardias. Basta que nos perguntemos se esse trabalho aumenta ou não a totalidade do conhecimento humano.7. O termo romance gráfico não será empregue como indicativo de um formato comercial (tal como os termos “brochado” e “cartonado”). Poderá tratar-se de um manuscrito inédito ou apresentado em episódios ou partes. O mais importante é o intuito, mesmo que este surja após a publicação original.8. Os temas dos romancistas gráficos são toda a existência, inclusive as suas próprias vidas. Os artistas desprezam os “géneros” e todos os seus clichés horrorosos, apesar de conservarem uma perspectiva alargada. Ressentem particularmente a noção, ainda prevalecente em muitos sítios, e não sem razão, de que a banda desenhada é um subgénero da ficção científica ou da fantasia heróica.9. Os romancistas gráficos jamais pensariam em empregar o termo romance gráfico quando se encontram entre os seus pares. Referir-se-iam mais normalmente ao seu “último livro” ou o seu “trabalho em curso”, ou “a mesma treta de sempre”, ou até mesmo “banda desenhada”, etc. O termo deve ser empregue como uma insígnia ou uma bandeira velha que se vai buscar ao ouvir o apelo de batalha, ou quando se o tartamudeia ao perguntarmos pela localização de uma certa secção de uma livraria que não conhecemos. Os editores poderão utilizá-lo as vezes que assim entenderem, até que signifique ainda menos do que o nada que já significa.Mais, os romancistas gráficos têm bem a noção de que a próxima geração de artistas de banda desenhada escolherão formas o mais pequenas possível e que farão pouco da sua arrogância.10. Os romancistas gráficos reservam o seu direito a retratar-se de todas as alíneas anteriores, se isso os ajudar a vender mais.

Coito Cerebral #5

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As histórias de uma vida (de mentira?) costuram linhas que formam parágrafos de uma existência inventada e outra verdadeira. Essa reconstituição, em seus meandros, cria o especial Vida de Mentira – Textos de Ficção, com seis textos inéditos que falam sobre infância, adolescência e, sobretudo, relacionamentos e decepções.

De volta à cultura, a série Cantoras Britânicas apresenta Duffy, a primeira galesa que chegou ao topo das paradas do Reino Unido, com o álbum de estréia Rockferry. O review de CD’s destaca o EP de Rachael Yamagata, lançado em 2002, que serviu de base para o álbum Happestance. O californiano John West, sucesso no MySpace, também tem seu trabalho brevemente analisado pela nossa equipe.

Filme traz duas produções distintas em temática, mas com alguns pontos em comum. O Banheiro do Papa fala sobre sonhos e esperança pela sobrevivência, enquanto que Persépolis, baseado nos quadrinhos autobiográficos de Marjani Satrapi, discute a esperança pela liberdade.

Coito Cerebral #4

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O tema central da edição de junho inova ao falar sobre política. Mariana Romais, acadêmica de jornalismo e letras, assina um artigo falando sobre o orgulho que muitos brasileiros sentem ao afirmar que não gostam de política.

Em música, o destaque fica por conta da review do show de Teresa Salgueiro, a ex-vocalista do Madredeus, no Teatro do Sesi, e uma matéria sobre Sharon Jones & The Dap-Kings, a sonoridade perfeita nos acordes do álbum Back to Black, da Amy Winehouse.

Filme analisa Um Beijo Roubado, a estréia de Norah Jones como atriz, e Livro conta a história de amizade entre o fotógrafo Verger e o artista plástico Carybé e suas impressões sobre a Bahia.

Para finalizar, contos de ficção e o playlist do mês.

Coito Cerebral #3

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Capa: Estados Unidos de Oz. Nas entrelinhas de um conto infantil, esconde-se o universo da economia norte-americana no final do século XIX.

A estréia da série cantoras Britânicas, com Laura Marling.

O diário do filme Blindness, escrito por Fernando Meirelles.

Contos de ficção.

Playlist do mês.

Coito Cerebral #2

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Capa: o universo da escritora Letícia Wierzchowski através de entrevista.

A cantora Lisa Li-Lund em Porto Alegre.

Mallu Magalhães, a novidade do MySpace.

Contos de ficção.

Coito Cerebral #1

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Capa: a arte criativa e rentável da cantora Björk.

Entrevista com a escritora Cláudia Tajes.

A estréia do colunista Luciano Reginato falando sobre o músico Otto Gomes, em Coluna de Uma Nota Só.

Review de Fogo nas Entranhas, de Pedro Almodóvar, e do filme O Amor nos Tempos do Cólera.

Textos de Ficção.

Coito Cerebral #0

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A revista Coito Cerebral nasceu a partir das publicações em um blog de mesmo nome. A necessidade de aplicar formas ao que estava escrevendo, como cores, títulos, desenhos, imagens, era evidente. Então, nasceu a revista, em formato pdf.Em dezembro de 2007 foi postado o primeiro exemplar, de número zero, totalmente experimental. Em busca de uma linha editorial e projeto gráfico, ficou definido que nada teria definição. A base das editorias é a cultura (literatura, cinema, música, artes plásticas), mas sem deixar de lado reportagens que evidenciem questões cotidianas, escritas a partir de um enfoque totalmente diferente, privilegiando os fatos que nem sempre ganham atenção da mídia.

Edição piloto da revista, contendo uma matéria especial sobre o Hospital Colônia Itapuã, destinado aos portadores de hanseníase na primeira metade do século XX.

Ainda texto de opinião sobre a possível manipulação da propaganda, uma matéria sobre o mercado editorial e contos de ficção.